Os espaços de aprendizagem não são mais os mesmos!

É sabido que os métodos tradicionais de ensino-aprendizagem há muito, não atendem mais as necessidades das atuais organizações, sejam elas escolares ou corporativas. O modelo educacional meramente reprodutor, caracterizado por uma formação onde conhecimentos e experiências são transmitidos de um indivíduo (professor/gerente/coordenador) que detém o conhecimento, para outro que não sabe (aluno/profissional/trabalhador), dentro de um espaço físico comum e síncrono, está ficando cada vez mais perdido no túnel do tempo.

Tradicionalmente, a tarefa de ensinar era de responsabilidade das instituições escolares, situada no tempo – mensurável - e no espaço físico - determinado. Quem quisesse aprender, dirigia-se à escola, à biblioteca, ao laboratório, à universidade – lugares do saber [1] . Atualmente, a tarefa de ensinar deixou de ser exclusiva da escola, pois os espaços de aprendizagem foram reconfigurados a partir do desenvolvimento tecnológico, propiciando novos campos de atuação, implementação de novas linguagens e convergência de saberes. Hoje os espaços físicos não se constituem mais como um elemento determinante na aprendizagem do indivíduo, pois quem se desloca é o saber.

As linguagens utilizadas pela sociedade contemporânea, que nos chegam a partir dos meios de comunicação de massa, permitem transportar e comunicar idéias de várias formas: texto – imagético ou não, estático ou em movimento, com ou sem som. A “janela é a tela”. [2]

“Passamos vertiginosamente de uma civilização verbal para uma civilização visual e auditiva. É esse caminhar do inteligível ao sensível que está caracterizando o novo processo cultural que hoje vivemos.”[3]

Mesmo assim, o s espaços de aprendizagem organizacionais ainda utilizam o modelo de educação convencional em encontros, reuniões, treinamentos e programas de formação continuada. Além disso, a linguagem oral e o texto impresso constituem-se nas suas principais formas de comunicação e incorporar outras linguagens contemporâneas, em suas múltiplas apresentações (web, vídeo, TV, rádio, CDs, histórias em quadrinhos, cinema, imprensa, animações...), é ainda um grande desafio.

É como se o lado de dentro dos muros das organizações, vivesse mergulhado num tempo e espaço diferentes do que se vê do lado de fora, impassível ao universo de linguagens que nos constituem como sujeitos, inseridos na cultura de nosso tempo, marcado pelas novas formas de comunicação e acesso rápido às informações, onde nossa própria relação com o tempo e espaço se transforma.

Queiramos ou não, as novas formas de comunicação e de informação, atreladas aos equipamentos tecnológicos – televisão, telefone, computador - interferem diretamente na maneira de viver e aprender das pessoas, reconhecendo-se aí, uma inter-relação entre Comunicação e Educação.


[1] Kenski, Vani. Tecnologias e Ensino presencial e a Distância. Papirus, SP, 2003.

[2] Virilio, Paul in Kenski, Vani. Tecnologias e Ensino presencial e a Distância. Papirus, SP, 2003.

[3] Gutierrez, Francisco. Linguagem Total: uma pedagogia dos meios de comunicação. Summus Editorial, SP, 2000.

imagem: http://simposioeducom.blogspot.com/2008/10/mdia-para-conscientizar-e-sensibilizar.html

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